28 novembro 2005

QUENTE. MOLHADA. ANSIOSA.

Estou aqui.
Deitada na cama, rolando de um lado para o outro. Quente. Molhada. Ansiosa. A espera da boca que reconheço como a dele. A boca que me toca as costas, o peito, a boca. Que me suga a língua e me devolve plena, ofegante.
Já li, ouvi música. Acendi velas, incensos, cigarros. Já devorei caixas de chocolates junto com duas garrafas de vinho barato que encontrei perdidas no armário do meu quarto. Já follheei revistas de moda, beleza e decoração. Mudei os móveis de lugar. Troquei os lençóis. Mergulhei na banheira repleta de água quente e sais até meu corpo enrugar e gelar. Me envolvi em cremes e óleos e cheiros e gostos. Tudo a espera daquela boca. Daquela mão. A mão que me envolve a cintura, me ergue e me ama. A mão que me aperta com força. Que me prende, me bate. A mão que me puxa o cabelo devagar enquanto me chama de "linda". Meditei. Relaxei. Fiz Ioga. Preparei uma macarronada. Enrolei brigadeiro. Pintei as unhas, cabelo e boca. Escolhi uma camisola preta e enfiei-e por entre as cobertas. Quente. Molhada. Ansiosa.
Fecho os olhos com força esperando me acalmar quando sinto o cheiro tão familiar. Ouço os passos pelo corredor. Reconheço o som da bolsa sendo largada numa cadeira qualquer. Sei que ele está olhando ao seu redor, tentando descobrir o que está diferente no lugar. Reconhece o cheiro que vem da cozinha. Caminha mais alguns passos e pára na porta do quarto tão ofegante quanto eu, lá dentro. Quando a porta se abre, me agarro nele como se fosse a primeira e a última vez. O peito firme, a curva do pescoço, a boca. Boca com boca, vendo se encaixa. Se combina. A cama desarrumada. Roupas, sapatos espalhados pelo chão. Os braços me erguem no colo. Me colcam na cama. Os corpos se medem. Um apreende o outro. A boca caminha em direção ao pescoço, a nuca. Explora as costas nos pontos menos conhecidos. A boca sususrra enquanto o peso do corpo se torna maior. As mãos tocam, acariciam, apertam. Encaixam. Roubam. Tiram a timidez e a vontade. Entre gestos e cheiros e bocas e pedidos e susurros e braços e coxas. Uma confusão de vontades que aprisiona os sentidos. A Criação do Mundo. O Suor. O Riso. O Olhar. A Renúncia. A Entrega. O Desejo. O Pedido. A Necessidade. A Paixão. As coxas que se abrem. Os Gemidos. O Tesão. O ritmo compassadamente urgente. Pequenos insultos. Nomes. Frases. Mãos que apertam a cintura, que invadem. Mãos que se agarram à cama, que empurram os travesseiros pra longe. Força. Abnegação para ser o outro. Ser do outro. Espasmos. Privação dos sentidos. Uma tentativa deseperada de fuga do espírito. Contração. Libertação. Corpos tentando fundir-se. Calor. A boca que morde a nuca, a orelha. O Cio. O Grito. Os corpos relaxam. Exaustos. Lânguidos. A busca das mãos dá lugar aos dedos brincalhões que se enroscam nos cabelos, nos pêlos. A boca que chama pelo nome. O Sorriso. O Abraço apertado. O Colo.
Estou aqui. Deitada na cama, enroscada tal qual um gato, entre pernas e braços. Aquecida. Num sono leve, feliz, desses de amor realizado.
If you want me baby,
you just gotta let me know,
let me know
if you want me baby,
you just gotta let me know,
let me know
Dont go chasing after butterflies
when everything you want
is right here by your side
Dont go chasing after butterflies
when everything you want
is right here by your side
if you need my baby you just got to let it show,
let it show
why dont you lower your defense,
theres no more room walls or fences
why dont you lower your defese,
theres no more room walls or fences
if you want me baby,
you just gotta let me know, let me know
if you want me baby,
you just gotta let me know, let me know
Dont go chasing after butterflies
when everything you want
is right here by your side
Dont go chasing after butterflies
when everything you want
is right here by your side
when i first saw you I felt something inside i couldn't hide
....well the first time i saw you
i felt something i couldnt hide
well the first time i saw you
i felt something i couldnt hide
So don't go chasing after butterflies
when everything you want
is right here by your side
Dont go chasing after butterflies
when everything you want
is right here by your side
if you need my baby you just got to let it show,
let it show

** Segunda-feira... enquanto acordes, violas, climas e canções traçavam caminhos diferentes na conversa...a cabeça se prendia em "Butterflies"...lembrando do texto... da noite que originou o texto... Um relato. Uma confissão velada que a gente faz ao travesseiro e toda noite se deixa levar por esse mundo de lembranças.

Amor traduzido em desejo. Em paixão! Em "fogo que arde sem se ver", mas que marca de tal forma que você se pergunta até que ponto aquilo tudo aconteceu de verdade, ou se era mais um sonho perdido entre as duas e três da madrugada....**