01 dezembro 2005

AMOR PISCINA...

Algumas coisas acontecem comigo e prefiro nem registrar...
Gosto de deixá-las pras minhas noites de insônia em frente ao computador ou pras minhas lembranças furtivas num banho demorado. Gosto de me flagrar sorrindo, com a mão sobre os lábios, lembrando do que eles fizeram e onde estiveram há minutos atrás.
Gosto acordar no meio da noite suada e ofegante, como se estivesse saindo de um transe... De um sonho... Um sonho quente, desses que deixam a alma perdida sem saber o que é verdade e o que é simples desejo.
Gosto do prazer que meu corpo pode dar. Ao outro mais do que a mim mesma. Gosto da respiração, dos gemidos, sussurros, das frases soltas... Gosto de saber que aquele desejo é pra mim. É por mim.
Um Narciso que ama ser amado. Quantas e quantas loucuras! Coisas que não imaginei fazer! Situações que não fantasiei! Desejos de outros que tomo como meus. Bocas que aprisiono como se fossem minhas.
Outros. Outro.
Entre insensos e papéis e almofadas e planos quem delimita o que fazer para saciar meu desejo de dar prazer a outro?! Quem pode dizer se estou certa ou errada quando me encontro sorrindo em meio as memórias de cheiros e toques.
Toques. Tapas.
A boca que me mordisca as costas. A mão que puxa os cabelos. A boca que tanto desejo. O corpo. O cio.
O homem. Um homem!
Entre conceitos e éticas próprias... Fidelidade! O homem a quem sou fiel. De quem sou escrava. Pelo qual sou apaixonada.
Um. Entre tantos confusos, dispersos, presentes ou não. Um.
Uma prisão infame que me obriga fechar os olhos enquanto estou com outro qualquer, para imaginar e desejar a ele... Que me faz perder a vergonha e o juízo. O nome que sussuro baixinho pra mim mesma para ter a certeza de que meu sentimento real é o que importa. Para ter a certeza que ali, naquela cama, com aquele homem, está uma mulher qualquer, de um lugar qualquer.
Azul. Linda. Boca. Mãos. Sinais em meio a um novo portal.
"Eu quero amor piscina que sobe e desce trampolins, cai e sai nadando. Amor em que se afunda e simplesmente sai se amando".
Marta Medeiros estava certa desde o início.