17 dezembro 2005

VOCÊ MENTIU PRA MIM...

Não minta pra mim!
Essa foi a única coisa que pedi a você desde a primeira vez....
Não pedi seu amor, sua fidelidade, seu carinho... Não pedi nada exceto que confiasse em mim.
E você não conseguiu nem ao menos fazer isso.
Entramos num ciclo de jogos sem fim... Histórias... Lendas urbanas contadas como se fosse a Verdade Suprema.
Você me subestimou, meu amor.
Você me julgou pela aparência quietinha e frágil que sempre mostrei pra você e pra todos os outros.
E você se enganou...
E você me perdeu.
Idiota!! Isso é a única coisa que consigo pensar de você nesse momento.
Era tão fácil em manter junto de você, disposta a fazer qualquer loucura por um momento de atenção.
Eu mendigava qualquer gesto que viesse de você.
Eu rezava para que você aparecesse todos os dias, só pra olhar pra você mais uma vez.
Um cachorrinha... Isso era o que o que eu fui pra você por muito tempo... Tempo demais, meu amor...
Você me descartou, me ignorou. Me deixou de lado na sua maravilhosa vida. Me substituiu.
E eu chorei... Por você. Pelo final estúpido. Por mim...
Chorei por ter te amado. Por ter me entregue como uma adolescente imatura a uma aventura.
E senti muita pena de mim mesma...
Até eu enxergar o que sempre esteve ali... A melhor e a maior das pistas...
Gatinho, eu sou muito melhor que você sempre imaginou e que você sempre teve.
Eu sou muito maior.
E eu tenho uma coisa que nunca vou perder: meu desejo. De amar, de recomeçar, de viver.
Não vou negar que ainda sinto falta do seu jeito de me pegar pela cintura. Do modo de me chamar...
Mas quer saber de uma coisa?!
Não foi tão ruim como eu imaginava...
Quem sabe, gatinho, um dia, a gente se esbarra por aí... numa noite qualquer e o encanto volta?...
Mas agora, eu quero só ser amada!

TUA BOCA CATIVA...

Primeiro é o olho procurando o outro ideal...Rostos e corpos e jeitos e peles e cheiros.
Depois, vem o olhar cruzado... O clima se formando... E o jogo tem início.
Um passo em direção do outro. Um novo olhar...
A boca forma o primeiro sorriso.
A respiração acelera.
O corpo aquece.
Outro passo...
A boca está mais úmida agora que a língua passou pelos lábios mais uma vez...
O que era clima se torna tesão.
As mãos ajeitam o cabelo e a roupa.
O coração dispara...
Olho no olho!
Os corpos se tocam, se abraçam. As mãos se procuram, se medem. Descobre o que mais combina, o que se encaixa.
A boca, agora quente, se entreabre devagar. Os olhos se fecham, se roçam como se não existisse mais o tempo. Sem pressa pra nada.
De repente, a urgência, a necessidade...
As bocas se encontram vorazes, se exploram. Descobrem os melhores pontos, os melhores ritmos. Os corpos se aperta, tentando fundir-se.
A língua passeia pelos lábios... Aquece, desperta. O beijo se torna íntimo, longo, e quase interminável.
Duas bocas. Um desejo. Um beijo.
O resto é história. Consequência.
Nada é mais excitante que uma boca cativa, desejosa. Nada é mais simples e mais importante que um beijo.
É o começo.

Da boca ao rosto. Do rosto a boca novamente. As mãos estão mais urgentes, o corpo a cada instante mais próximo... Tudo se encaixa: quadris, pernas e pescoços. A boca desce pelo pescoço, seguindo um caminho quente até o umbigo... retornando com a língua brincando, explorando, conhecendo e levando os sentidos pra longe...
Suor...
A respiração entrecortada. Gemidos. Sussurros. Ainda a boca... A língua... Mais calor, mais desejo. Mais e sempre.
Os corpos se movem, procuram a posição perfeita. As mãos descobrem no toque, os pontos e as chaves mágicas.
O ritmo aumenta... A respiração se perde. Os olhos se tocam. As coxas se abrem e as bocas, por um único momento, se separam.
Explosão!!
Os corpos exaustos se deixam levar...
Os olhos voltam a se encontrar e um último beijo sela o pacto.
É o fim.

QUEM?!

Quem é você?!

Não sei quem eu sou há muitos e muitos séculos... Há muitas e muitas vidas...
Sou menina-mulher-mãe-conselheira-filha-amiga-amante-puta-homem.
Sou aquela em que você pode confiar. Aquela que você consegue facilmente amar. Aquela que se faz odiar.
Sou sua consciência às duas da manhã depois de uma garrafa de conhaque...
A mulher de rosto desconhecido que você segura pelo braço e leva, noite e inferno afora...
Quem você chama quando acorda todas as manhãs...
Quem você procura na cama à noite...
A amiga mais fiel, mais cativa e a única que você prefere não perceber...
A mão que te aquece...
A boca que te sorri...
O sonho...
O delírio...
A loucura...
Desejo de ficar quando o certo era ir embora...
Recomeçar...
Dia após dia, eu sou a única que você nunca vai esquecer.