26 março 2007

-- NÃO É DIFÍCIL SE APAIXONAR --

Nunca escrevi assim, direto para uma só pessoa. Tudo sempre
girou em torno de dois ou mais sóis. Sempre foi assim. Até agora.


Tenho errado tantas e tantas vezes... Gritado, xingado, ofendido... Tantas vezes já te virei as costas e fui andando de cabeça baixa entre pessoas e lágrimas...

Tantas vezes já pedi desculpas, aninhada no teu peito, me recriminando por ter te magoado mais uma vez.

Tantas vezes já chorei abraçada a teu corpo que até perdi as contas...

Tantas e tantas vezes me derreti nos teus braços, como se tivesse encontrado meu porto seguro.

E dormi abraçada, sentindo teu cheiro e teu calor.


Nunca fui a Forte ou a Esperta ou a Sexy com você.

Nunca coloquei minhas milhares de máscaras e personagens pra você.

Nunca me escondi.

Nunca menti.

Acho até que me expus demais! Contei meus segredos, meus medos, meus sonhos.

Reencontrei meus fantasmas mais antigos e os mostrei pra você. E confesso que eles não me machucam mais como antes.

Pela primeira vez, não tive vergonha de dizer: "Fica comigo".

E eu tive medo de perder você quando disse: "Eu te amo" de verdade, pela primeira vez. Tive medo que você se levantasse, pedisse desculpas por ter me iludido e dito que não podíamos nos ver de novo.

Criei fantasmas naquela primeira vez, que me machucavam e me diziam a todo o instante que você não era real, que você era mais um cara que ia passar pela minha vida e me deixar em algum momento para ficar com a mulher certa pra você. Uma mulher que nunca seria eu.


Por muitos e muitos dias dormi e acordei com a tua voz, e lá dentro me diziam que eu estava perdida.

Perdida de amor.

De desejo.

Perdida para todas as mentiras que contei ao longo da vida pra mim mesma.


Ah, se você soubesse o quanto seu olho me faz ter coragem... Ou o quanto eu tenho medo de acordar e não te ver ao meu lado...

Se você soubesse o quanto meu corpo se aquece quando ouço sua voz e como tenho a certeza que tudo vai dar certo... Porque eu tenho essa certez, mesmo quando banco a cética ou a pessimista (só pra manter a pose!)

O quanto fico feliz e boba quando você chega e me beija na boca.

Nunca aconteceu antes. Nunca fora dos meus sonhos de menina.

Não sei lidar com todos os medos os planos e as vontades.

Me atropelo às vezes, com o que penso e que falo e o que quero e o que vejo.

Me perco nos sentimentos. Me perco no seu peito.

E toda vez que isso acontece, são seus olhos que me guiam, me amparam, me protegem.

Me dizem que vamos envelhecer juntos, ter uma filha linda e a vida dos nossos sonhos de outrora.

E me deixo levar pelas lágrimas, não de tristeza ou de medo. Mas da maior alegria que já tive em toda a minha vida: a certeza que não amo sozinha.


Lágrimas de alguém que aprendeu com você o quanto pode ser feliz.

Uma felicidade que sempre pereceu irreal, como nos contos de fada.

16 março 2007

-- SERÁ QUE EU SEI QUE VOCÊ É MESMO TUDO AQUILO QUE ME FALTAVA --


Não teve um só dia desde o início do ano que eu não chorasse...ora medrosa. ora frustrada, ora feliz.

Mas sempre com lágrimas.

Me descobri frágil como um vaso antigo que ficava em cima da mesa de minha avó. Um vaso pesado, que aparentava conter todas as mazelas do mundo lá dentro. Um vaso que estava trincado e nunca percebera isso.

Descobri naquela fresta fina, quase invisível, que minhas forças tinham ido embora me deixando sozinha em meio a uma escuridão sem fim, sem sons e sem cheiros.

E nesse escuro povoado tão somente de medos e erros, prendi-me a a um alguém. E passei a viver de seus sonhos, suas incertezas, seus desejos. Dependendo de sua felicidade para me sentir plena e igualmente feliz.

Dependente...

Não sei mais se isso é amor...

Não tenho mais nenhuma certeza, exceto que quero parar de chorar.

Ainda acordo no meio da noite, assustada depois de mais um sonho ruim: onde eu ficava pra trás como uma mala velha e sem uso. Me viro, olhando pros lados, tentando reconhecer naquelas vozes, roupas e fotos estranhas alguma coisa que me mostre quem sou eu.

Como peça destoante num cenário, vivendo num mundo que não me pertence e querendo coisas que não me são destinadas sinto um frio no peito e uma angústia que me mata um pouco mais, todos os dias.

Então me enrolo no cobertor, escondendo o rosto no travesseiro, chorando baixinho e rezando para esse ser mais um sonho ruim, desses que parecem reais demais.

Só pra eu me aninhar no teu peito de novo e sonhar com nossos dias de luz e paz.