girou em torno de dois ou mais sóis. Sempre foi assim. Até agora.
Tenho errado tantas e tantas vezes... Gritado, xingado, ofendido... Tantas vezes já te virei as costas e fui andando de cabeça baixa entre pessoas e lágrimas...
Tantas vezes já pedi desculpas, aninhada no teu peito, me recriminando por ter te magoado mais uma vez.
Tantas vezes já chorei abraçada a teu corpo que até perdi as contas...
Tantas e tantas vezes me derreti nos teus braços, como se tivesse encontrado meu porto seguro.
E dormi abraçada, sentindo teu cheiro e teu calor.
Nunca fui a Forte ou a Esperta ou a Sexy com você.
Nunca coloquei minhas milhares de máscaras e personagens pra você.
Nunca me escondi.
Nunca menti.
Acho até que me expus demais! Contei meus segredos, meus medos, meus sonhos.
Reencontrei meus fantasmas mais antigos e os mostrei pra você. E confesso que eles não me machucam mais como antes.
Pela primeira vez, não tive vergonha de dizer: "Fica comigo".
E eu tive medo de perder você quando disse: "Eu te amo" de verdade, pela primeira vez. Tive medo que você se levantasse, pedisse desculpas por ter me iludido e dito que não podíamos nos ver de novo.
Criei fantasmas naquela primeira vez, que me machucavam e me diziam a todo o instante que você não era real, que você era mais um cara que ia passar pela minha vida e me deixar em algum momento para ficar com a mulher certa pra você. Uma mulher que nunca seria eu.
Por muitos e muitos dias dormi e acordei com a tua voz, e lá dentro me diziam que eu estava perdida.
Perdida de amor.
De desejo.
Perdida para todas as mentiras que contei ao longo da vida pra mim mesma.
Ah, se você soubesse o quanto seu olho me faz ter coragem... Ou o quanto eu tenho medo de acordar e não te ver ao meu lado...
Se você soubesse o quanto meu corpo se aquece quando ouço sua voz e como tenho a certeza que tudo vai dar certo... Porque eu tenho essa certez, mesmo quando banco a cética ou a pessimista (só pra manter a pose!)
O quanto fico feliz e boba quando você chega e me beija na boca.
Nunca aconteceu antes. Nunca fora dos meus sonhos de menina.
Não sei lidar com todos os medos os planos e as vontades.
Me atropelo às vezes, com o que penso e que falo e o que quero e o que vejo.
Me perco nos sentimentos. Me perco no seu peito.
E toda vez que isso acontece, são seus olhos que me guiam, me amparam, me protegem.
Me dizem que vamos envelhecer juntos, ter uma filha linda e a vida dos nossos sonhos de outrora.
E me deixo levar pelas lágrimas, não de tristeza ou de medo. Mas da maior alegria que já tive em toda a minha vida: a certeza que não amo sozinha.
Lágrimas de alguém que aprendeu com você o quanto pode ser feliz.
Uma felicidade que sempre pereceu irreal, como nos contos de fada.