16 março 2007

-- SERÁ QUE EU SEI QUE VOCÊ É MESMO TUDO AQUILO QUE ME FALTAVA --


Não teve um só dia desde o início do ano que eu não chorasse...ora medrosa. ora frustrada, ora feliz.

Mas sempre com lágrimas.

Me descobri frágil como um vaso antigo que ficava em cima da mesa de minha avó. Um vaso pesado, que aparentava conter todas as mazelas do mundo lá dentro. Um vaso que estava trincado e nunca percebera isso.

Descobri naquela fresta fina, quase invisível, que minhas forças tinham ido embora me deixando sozinha em meio a uma escuridão sem fim, sem sons e sem cheiros.

E nesse escuro povoado tão somente de medos e erros, prendi-me a a um alguém. E passei a viver de seus sonhos, suas incertezas, seus desejos. Dependendo de sua felicidade para me sentir plena e igualmente feliz.

Dependente...

Não sei mais se isso é amor...

Não tenho mais nenhuma certeza, exceto que quero parar de chorar.

Ainda acordo no meio da noite, assustada depois de mais um sonho ruim: onde eu ficava pra trás como uma mala velha e sem uso. Me viro, olhando pros lados, tentando reconhecer naquelas vozes, roupas e fotos estranhas alguma coisa que me mostre quem sou eu.

Como peça destoante num cenário, vivendo num mundo que não me pertence e querendo coisas que não me são destinadas sinto um frio no peito e uma angústia que me mata um pouco mais, todos os dias.

Então me enrolo no cobertor, escondendo o rosto no travesseiro, chorando baixinho e rezando para esse ser mais um sonho ruim, desses que parecem reais demais.

Só pra eu me aninhar no teu peito de novo e sonhar com nossos dias de luz e paz.