31 dezembro 2005

CONFISSÕES DE UM VIRA-LATA


Sou vira-lata com orgulho.
Coisas simples me fazem feliz: um bom prato de comida, água fresca, carinho na barriga e cafuné... Posso conseguir isso e muito mais, só preciso olhar pra você e abaixar as orelhas.
Quer apostar que conquisto você?

PEQUENAS CONSIDERAÇÕES SOBRE MIM QUE FIZ AO LONGO DA VIDA:

* Se ficar encarando uma pessoa por bastante tempo, você acaba conseguindo o que quer.
* Quando se trata de sexo, se você não conseguir o que quer de primeira, implore. Abaixe as orelhas e olhe bem nos olhos... Nada mais eficaz.
* Não saia sem identificação.
* Seja direto com as pessoas; demonstre seus sentimentos. Só tenha cuidado com os locais que escolhe pra isso.
* Saiba quando segurar a língua e quando usá-la.
* Sempre deixe espaço para uma boa soneca em sua programação.
* Cumprimente as pessoas de forma amigável: uma bela cheirada no meio das pernas é muito eficaz. (comigo funciona!)
* Quando fizer algo de errado, sempre assuma a culpa (assim que for arrastado do seu esconderijo embaixo da cama).
* Se não for molhado e babado, não é um beijo de verdade.
* Quando sair para ver o mundo, lembre-se: sempre pare para cheirar as rosas… e as árvores, a grama, as pedras, os hidrantes… O mundo pode ter pressa, eu não!
* Nunca deixe passar uma oportunidade de dar uma fugidinha.
* Sinta o ar puro e o vento em seu rosto como se fosse a oitava maravilha do mundo. Aliás, é.
* Quando as pessoas queridas chegarem em casa, sempre corra para cumprimentá-las. Mesmo que estejam usando a melhor roupa do armério e que você tenha acabado de brincar no quintal.
* Quando for do seu interesse, seja obediente. Preste bem atenção: SÓ QUANDO FOR DO SEU INTERESSE.
* Deixe que os outros saibam quando invadirem seu território.
* Tire umas sonecas e se espreguice antes de levantar.
* Corra, saltite e brinque diariamente.
* Coma com gosto e entusiasmo. Pare quando estiver satisfeito.
* Seja fiel A QUEM É FIEL COM VOCÊ.
* Nunca finja ser algo que você não é.
* Se o que você quiser estiver enterrado, cave até encontrar.
* Se uma pessoa estiver tendo um dia ruim, fique em silêncio, sente perto dela e encoste-se gentilmente.
* Alegre-se ao conseguir atenção e deixe que as pessoas o toquem.
* Evite morder se uma simples rosnada funcionar.
* Em dias de calor agradável, pare para deitar de barriga para cima na grama.
* Em dias muito quentes, beba muita água e deite sob a sombra de uma árvore.
* Quando estiver contente, pule e balance todo o corpo.
* Não importa o quanto você for censurado, não se sinta culpado e não faça bico... corra de volta e faça as pazes.
* Delicie-se com o simples prazer de uma longa caminhada.

FICHA TÉCNICA:

relacionamento: Prefiro relacionamentos abertos. Algum problema?!
filhos: Não
etnia: Multiétnico (*SRD*)
religião: Espiritualista
visão política: Anarquia.
estilo: Minimalista (roupa é acessório opcional)
fumo: Não... mais ou menos...
bebo: Regularmente e bem!
moro: Sozinho, mas os amigos visitam com freqüência e sou baladeiro de plantão
cidade natal: Em algum lugar não publicável
paixões: Meus ossos, os sapatos do meu "dono" e TODO E QUALQUER carinho que você possa me dar. E digo TODO MESMO!
esportes: Bola e com duas regras gerais: o normal é quando alguém joga uma bola para você e você a traz de volta. O mais legal é quando alguém joga uma bola para você e você a come. atividades: Qualquer hora que não seja hora de comer é, em potencial, hora de dormir. A melhor hora para tirar uma soneca é quando você ouve alguém chamar o seu nome sem parar. O melhor lugar para tirar uma soneca é no meio de qualquer rua ou passagem de carros e posição mais relaxante é de lado, com as quatro patas esticadas paralelamente. De preferência, com alguém lhe fazendo cafuné ou carinh na barriga...
livros: "Confissões de Um Vira-Lata", de Orígenes Lessa.
música: "Vira-Lata", do Lazzaro
programas de tv: Scobby Doo, Snoopy, Rin Tin Tin, Lassie, Tv Colosso
cinema: "Como cães e gatos", "Bethoven, o Magnifico", "Benji", "A Incrível Jornada" e qualquer coisa que passe na tv enquanto estou acordado...
cozinhas: Só porque a primeira vista não há nada para se comer, não significa que não tenha nada para se comer. Coisas que cabem na boca e não podem ser identificadas pela visão ou tamanho são cosideradas boas para mascar. Uma dica: quando lhe derem uma refeição, enfie sua cabeça nela como faria em um chuveiro. Nunca olhe para cima até pelo menos quinze minutos depois de toda a comida ter acabado. Isso é importante. Só porque o seu prato está vazio, não significa que está na hora de parar de comer. Lembre-se de que toda a comida é sua em potencial até o momento em que for engolida por outro.
Gosto de sair sem destino, conhecer gente diferente, interessante e com quem eu possa conversar por mais de dez minutos sem reclamar de nada. Gosto de beijar na boca. Sou tarado. Odeio coleiras e qualquer coisa ou pessoa que ache que pode me prender. Sumo de vez em quando, mas não é por sacanagem: é porque preciso. Gosto do mar.

19 dezembro 2005

FLERTE...

Flertar.1. Tr. dir. Esforçar-se para conseguir o amor de; cortejar, galantear. 2. Tr. dir. Atrair, cativar, inspirar amor a, seduzir. 3. Intr. Andar em galanteios. 4. Pron.Tornar-se enamorado; afeiçoar-se, apaixonar-se. 5. Pron. Agradar-se, ficar encantado. 6. Tr. dir. Desejar possuir; cobiçar. 7. Tr. dir. Fitar (alguma coisa) com afeto e insistência. 8. Tr. dir. Gír. Procurar conquistar; paquerar.
Flertar.
Jogar.
Flerto por acaso, tão distraída quanto posso e mais frequentemente que seria o "certo", por assim dizer.
Faço isso como quem olha no espelho enquanto troca de roupa... Atravessando a rua, com ar distante, me pego encarando um alguém que me olhade volta meio incerto, meio incrédulo.
Gosto de jogos. Gostos dos que não têm regras escritas. Claras e cobráveis. Qual é a graça de se jogar com alguém que sabe quais serão seus próximos movimentos?!!? As regras te tornam previsível... Rotineiro... Chato...
Prefiro aqueles que seguem as pistas e vão se adequando aos novos movimentos! Com novos jogadores alternando-se entre aliados e inimigos, entre mocinhos e bandidos.
Uma grande roda de sedução!
Sem hora pra acabar, lugar marcado... Sem limite nenhum...
Jogo que tira o juízo e a vergonha. Flerte que arranca a roupa e o relógio.
Entre mocinhos e bandidos, prefiro a mim mesma...

17 dezembro 2005

VOCÊ MENTIU PRA MIM...

Não minta pra mim!
Essa foi a única coisa que pedi a você desde a primeira vez....
Não pedi seu amor, sua fidelidade, seu carinho... Não pedi nada exceto que confiasse em mim.
E você não conseguiu nem ao menos fazer isso.
Entramos num ciclo de jogos sem fim... Histórias... Lendas urbanas contadas como se fosse a Verdade Suprema.
Você me subestimou, meu amor.
Você me julgou pela aparência quietinha e frágil que sempre mostrei pra você e pra todos os outros.
E você se enganou...
E você me perdeu.
Idiota!! Isso é a única coisa que consigo pensar de você nesse momento.
Era tão fácil em manter junto de você, disposta a fazer qualquer loucura por um momento de atenção.
Eu mendigava qualquer gesto que viesse de você.
Eu rezava para que você aparecesse todos os dias, só pra olhar pra você mais uma vez.
Um cachorrinha... Isso era o que o que eu fui pra você por muito tempo... Tempo demais, meu amor...
Você me descartou, me ignorou. Me deixou de lado na sua maravilhosa vida. Me substituiu.
E eu chorei... Por você. Pelo final estúpido. Por mim...
Chorei por ter te amado. Por ter me entregue como uma adolescente imatura a uma aventura.
E senti muita pena de mim mesma...
Até eu enxergar o que sempre esteve ali... A melhor e a maior das pistas...
Gatinho, eu sou muito melhor que você sempre imaginou e que você sempre teve.
Eu sou muito maior.
E eu tenho uma coisa que nunca vou perder: meu desejo. De amar, de recomeçar, de viver.
Não vou negar que ainda sinto falta do seu jeito de me pegar pela cintura. Do modo de me chamar...
Mas quer saber de uma coisa?!
Não foi tão ruim como eu imaginava...
Quem sabe, gatinho, um dia, a gente se esbarra por aí... numa noite qualquer e o encanto volta?...
Mas agora, eu quero só ser amada!

TUA BOCA CATIVA...

Primeiro é o olho procurando o outro ideal...Rostos e corpos e jeitos e peles e cheiros.
Depois, vem o olhar cruzado... O clima se formando... E o jogo tem início.
Um passo em direção do outro. Um novo olhar...
A boca forma o primeiro sorriso.
A respiração acelera.
O corpo aquece.
Outro passo...
A boca está mais úmida agora que a língua passou pelos lábios mais uma vez...
O que era clima se torna tesão.
As mãos ajeitam o cabelo e a roupa.
O coração dispara...
Olho no olho!
Os corpos se tocam, se abraçam. As mãos se procuram, se medem. Descobre o que mais combina, o que se encaixa.
A boca, agora quente, se entreabre devagar. Os olhos se fecham, se roçam como se não existisse mais o tempo. Sem pressa pra nada.
De repente, a urgência, a necessidade...
As bocas se encontram vorazes, se exploram. Descobrem os melhores pontos, os melhores ritmos. Os corpos se aperta, tentando fundir-se.
A língua passeia pelos lábios... Aquece, desperta. O beijo se torna íntimo, longo, e quase interminável.
Duas bocas. Um desejo. Um beijo.
O resto é história. Consequência.
Nada é mais excitante que uma boca cativa, desejosa. Nada é mais simples e mais importante que um beijo.
É o começo.

Da boca ao rosto. Do rosto a boca novamente. As mãos estão mais urgentes, o corpo a cada instante mais próximo... Tudo se encaixa: quadris, pernas e pescoços. A boca desce pelo pescoço, seguindo um caminho quente até o umbigo... retornando com a língua brincando, explorando, conhecendo e levando os sentidos pra longe...
Suor...
A respiração entrecortada. Gemidos. Sussurros. Ainda a boca... A língua... Mais calor, mais desejo. Mais e sempre.
Os corpos se movem, procuram a posição perfeita. As mãos descobrem no toque, os pontos e as chaves mágicas.
O ritmo aumenta... A respiração se perde. Os olhos se tocam. As coxas se abrem e as bocas, por um único momento, se separam.
Explosão!!
Os corpos exaustos se deixam levar...
Os olhos voltam a se encontrar e um último beijo sela o pacto.
É o fim.

QUEM?!

Quem é você?!

Não sei quem eu sou há muitos e muitos séculos... Há muitas e muitas vidas...
Sou menina-mulher-mãe-conselheira-filha-amiga-amante-puta-homem.
Sou aquela em que você pode confiar. Aquela que você consegue facilmente amar. Aquela que se faz odiar.
Sou sua consciência às duas da manhã depois de uma garrafa de conhaque...
A mulher de rosto desconhecido que você segura pelo braço e leva, noite e inferno afora...
Quem você chama quando acorda todas as manhãs...
Quem você procura na cama à noite...
A amiga mais fiel, mais cativa e a única que você prefere não perceber...
A mão que te aquece...
A boca que te sorri...
O sonho...
O delírio...
A loucura...
Desejo de ficar quando o certo era ir embora...
Recomeçar...
Dia após dia, eu sou a única que você nunca vai esquecer.

13 dezembro 2005

SÓ UMA CANÇÃO

Dia de lembrar o quanto somos mortais...
Dia de prestar uma homenagem a uma pessoa que nem eu sabia o quanto eu gostava...

Seco dia
Meus lábios racharam
Com o frio que chegou
Me trazendo a solidão
Sobre a sacada do quarto
A explicação
O sol que não nasceu
E as folhas que caíram ao chão
Não sou só eu que morro são
Nasço pr’um novo sentido
Quero te levar comigo
Ah isso é só uma canção
Que não fala de amor
Mas que fala pra ti
Seja como for
Pois tudo o que restou fomos nós
Nos deixaram a sós neste mundo
Num segundo
Meus olhos se perderam
Me pus a caminhar
Sem saber se vou chegar
Ao seu encontro no fim
E se eu te enxergar em mim?
Ah isso é só uma canção
Que não fala de amor
Mas que fala pra ti
Seja como for
Pois tudo o que restou fomos nós
Nos deixaram a sós neste mundo

12 dezembro 2005

LA TORTURA....


Ay payita mía
Guárdate la poesía
Guárdate la alegría pa'ti
No pido que todos los días sean de sol
No pido que todos los viernes sean de fiesta
Tampoco te pido que vuelvas rogando perdón
Si lloras con los ojos secos
Y hablando de ella
Ay amor me duele tanto
Me duele tanto
Que te fueras sin decir a donde
Ay amor, fue una tortura perderte
Yo se que no he sido un santo
Pero lo puedo arreglar amor
No solo de pan vive el hombre
Y no de excusas vivo yo.
Solo de errores se aprende
Y hoy se que es tuyo mi corazón
Mejor te guardas todo eso
A otro perro con ese hueso
Y nos decimos adiós
No puedo pedir que el invierno perdone a un rosal
No puedo pedir a los olmos que entreguen peras
No puedo pedirle lo eterno a un simple mortal
Y andar arrojando a los cerdos miles de perlas
Ay amor me duele tanto
Me duele tanto
Que no creas más en mis promesas
Ay amor
Es una tortura
Perderte
Yo se que no he sido un santo
Pero lo puedo arreglar amor
No solo de pan vive el hombre
Y no de excusas vivo yo.
Solo de errores se aprende
Y hoy se que es tuyo mi corazón
Mejor te guardas todo eso
A otro perro con ese hueso
Y nos decimos adiós
No te bajes, no te bajes
Oye negrita mira, no te rajes
De lunes a viernes tienes mi amor
Déjame el sábado a mi que es mejor
Oye mi negra no me castigues más
Porque allá afuera sin ti no tengo paz
Yo solo soy un hombre arrepentido
Soy como el ave que vuelve a su nido
Yo se que no he sido un santo
Y es que no estoy hecho de cartón
No solo de pan vive el hombre
Y no de excusas vivo yo.
Solo de errores se aprende
Y hoy se que es tuyo mi corazón
Ay ay ay,
Ay ay ay,
Ay, todo lo que he hecho por ti
Fue una tortura perderte
Me duele tanto que sea asi
Sigue llorando perdón
Yo... yo no voy
A llorar hoy por ti
La tortura....
Musica do dia...da semana...do mês....
Tema da mudança...
Dançando sozinha pela sala...rodando...girando...
Bailarina voltando a vida!!!

HAJA O QUE HOUVER...

Haja o que houver estarei aqui.
Quando tudo mais faltar a você, estarei aqui, com os mesmos olhos observadores, com o mesmo abraço apertado e com o mesmo beijo quente.
Estarei aqui com o coração cheio de saudades e de amor.
Cheia de boas lembranças...
E com a mesma vontade de recomeçar...
Não estarei aqui para dizer que "eu sabia que você voltaria"... Nem para ser grosseira ou para te humilhar ou desprezar... Muito menos para reviver os motivos que levaram ao fim...
Estarei aqui porque, acima de tudo o que se possa pensar ou aceitar, eu te amo.
Como amigo, como irmão e como amante...
Como aquele que estava comigo quando eu precisei e que me aninhou no colo quando eu pedi e precisei.
Como o homem que me mostrou novas pistas que eu segui, contente como uma criança resolvendo a charada que a levará a seu presente de Natal escondido.
Simplesmente, te amo!
Como o tempo, eu mudarei, assim como você... talvez nos reencontremos em outras vidas e outros sonhos e outros rostos... e ainda assim, te olharei com o mesmo sentimento da tarde de hoje e sentirei o mesmo calor quando você me olhar nos olhos.

11 dezembro 2005

JOGOS DE ARMAR...


Jogos de armar.
Cama de gato.
Quebra cabeças.
Fazemos da vida uma coisa tão complexa, cheia de equações e probalidades... Cheia de "se"s e fórmulas lógicas que fazem dessa grande aventura, a coisa mais maçante e terrível que se poderia descrever.
Viver não deve ser impor regras e limites e críticas e resultados.
Viver é seguir as pistas que os dias e as noites dão. É seguir um caminho que você tem certeza que está ali, mesmo sem vê-lo.
Intuição.
Presságio.
Visão.
Pistas escondidas...
Atalhos...
Desvios...
Estradas de pedra, lama e vegetação densa...
Como um quebra cabeças gigantesco, as pegadas vão aparecendo e o vento vai trazendo os cheiros e lembranças...
E você simplesmente deve caminhar...
Um passo após outro.
Uma pista após outra.
Até que o quebra cabeças esteja completo e que você tenha a sua vica nas suas mãos.

RECOLHENDO CONCHAS...

Sol.
Mar gelado, forte.
Ela estava sentada em meio a multidão de línguas e sons diferentes. Ela estava isolada em meio a cangas, barracas e crianças.
Olhando o mar que quebrava com força na areia, ela se lembrou de quantas vezes já tinha feito isso. Quantas vezes ela foi se aconselhar com o mar, dizendo-lhe coisas que ninguém sabia. Que ninguém imaginava.
Ela se lembrou das vezes em que chorou, riu, se despediu diante do mar...
Se lembrou das milhares de vezes em que viu o sol nascer, vestida com roupas de festa e sozinha na areia.
Das vezes em que viu o sol de por depois de um dia pintado a mão por Dali e de como aquele final de dia foi importante pra ela.
Ela se lembrou e chorou...
Pelas vezes em que desistiu daquele sol e daquele calor pela solidão do quarto escuro.
Pelas vezes em que se despediu de grandes amigos entregando uma rosa branca a Iemanjá, pedindo-lhe que guardasse somente os bons momentos e as boas lembranças.
Por todas as vezes que ela foi até aquele mar, pedir conselhos e sinais como se não soubesse lê-los com seus próprios olhos.
Por todas as vezes em que deixou o corpo afundar no mar agitado, sentindo apenas a água salgada entrar pelos pulmões.
Por todas as vezes que sentiu o mesmo sal rolar até cair no chão, no travesseiro, nas mãos...
Ela chorou até que seu corpo doesse e que se coração estivesse vazio...
Chorou até ouvir suas próprias mentiras ecoarem por toda a praia.
E quando tudo silenciou, ela se levantou e, mais uma vez, foi em direção ao mar...
Caminhando devagar, com passos incertos, ela foi avançando mais e mais na água gelada até ter seu corpo todo coberto por ela.
E ali, na imensidão e na solidão, ela viu a única pessoa que poderia tirá-la daquela tristeza sem motivo...
Ela se viu!
Linda como sempre fora...
Inteligente, como sempre fora...
Tendo dois ou três amigos em que ela podia confiar sua vida e sua morte...
Tendo mais uma chance de recomeçar do zero e provar a si mesma que ela era capaz de criar o mundo se ele fosse destruído naquele momento.
E olhando-se nos olhos, pela primeira vez na vida, ela tomou impulso e emergiu!
E caminhando ereta, olhando para o sol, ela foi, mais uma vez caminhar pela praia e ver mais um por do sol, sentada nas pedras, sorrindo pra si mesma e rodada pelas conchas que ela encontrou no caminho.

REMEXENDO ARQUIVOS...

Remexendo arquivos virtuais... lembranças perdidas em dias não tão distantes assim...
Coisas que partilhei com pessoas mais do que especiais pra mim e que, hoje, estão em caminhos diferentes, mas na mesma direção.
Amores e amigos.
Lembranças, paixões e sonhos!

"Escolhi o dia de hoje para agradecer a todos vocês.
A todos os amigos. Aos conhecidos. Aos amigos virtuais. E aqueles que considero os grandes amores de minha vida!
Com certeza, vou falar muito mais que isso....mas duas palavras são muito importantes pra mim: MUITO OBRIGADA!
Obrigada por aturarem minhas falhas. São muitas, são comuns e as vezes, repetidas e corriqueiras. Agradeço por todas as vezes em que levei um esporro de vocês.... Posso não ter ficado muito feliz no dia (com certeza, fiz um bico imenso!) mas aprendi nem que fosse por pouco tempo.
Obrigada pelas noites de farra, pelas conversas por horas a fio no telefone ou no msn. Pelos e-mails durante o trabalho!
Obrigada por aqueles que com a ajuda luxuosa do Orkut, mandaram um scrap ou uma mensagem pessoal. Sendo apenas social ou carinhoso de verdade, foi muito bom, acordar e ver "Feliz Aniversário" escrito ali.
Eu amo vocês! Amo de verdade!
Cada um de vocês é especial pra mim e a cada um está reservado um amor de intensidade e verdade diferentes. Podem acreditar quando falo isso, porque é muito fácil amar...
A gente acha que vai ver estrelas ou uma aura diferente ao redor da pessoa, mas não é nada disso... É confiar, é olhar nos olhos enquanto conversamos...é dar um abraço apertado de vez em quando e não esperar nada em troca.
Nada mesmo. Nem telefonema, nem atenção.
O amor não se torna maior ou mais forte por estar presente.
É real.
Verbo intransitivo (com toda a licença do poeta).
Tem pessoas que realmente amo aqui nessa lista. E vocês sabem disso!! São pessoas que fazem parte da minha vida, das minhas lembranças e das minhas orações. Algumas eu vejo todos os dias, outras não vejo há anos. Não esqueci de vocês nem um dia. Nossos modos de amar podem ser diferentes, mas não tem importância.
Vocês me têm todos os dias, em todas as situações... Costumo dizer que vou ao inferno pra ajudar um amigo e vocês podem usar isso, mais do que todos!
Um beijo na alma pra todos...
Para aqueles que me ligaram e ouviram um "putaquepariu" sonoro porque me acordaram as seis da manhã!
Pra quem virou a meia noite comigo!!! Te amo, meu amigo! Amo muito! Aprendi muito nessas últimas semanas... Você não faz ideía de como estar no meio de tudo isso é importante pra mim... Obrigada pra sempre!
Minhas amigas mais queridas!!! Os e-mails, flogs e telefonemas me fizeram chorar muito hoje de manhã. Principalmente por me fazer ver que minha paranóia de 'ser sozinha' é um surto e que eu preciso de um tratamento para me livrar disso (rsrs). Vocês existem! São reais! E serão sempre minhas amigas!
Pra aqueles que não vão muito com a minha cara ou que realmente não gostam de mim e receberam esse e-mail.... Bem, obrigada! Aprendi com vocês a ser paciente e nunca responder com uma grosseria gratuita. Aprendi a ser cautelosa. E principalmente, vocês elevaram minha auto-estima.... Não gostar de mim é opcional, mas passar isso a frente, é me dar um atestado de importância e alguns fizeram muito isso, durante o ano.
A todos! Meu mais sincero carinho e meu maior desejo de dias de sol como o de hoje!!"

10 dezembro 2005

PRAIA!

Sábado de sol quente em Copacabana!
A previsão do tempo garante céu claro, sem nuvens. Temperatura na casa dos 30° C e muita, muita gente deitada nas areias da boa e velha Princesinha do Mar...
Mar que está limpo e frio, garantindo um mergulho maravilhoso seguido por momentos intermináveis de arrepios e tremores pelo corpo....
Dúvidas sobre o que usar na praia?! Pouca roupa. Sempre.
Dúvidas sobre o que fazer quando estiver de bobeira na praia?! Ver o mar e deixar ser levado por ele, num balanço interminável, tirando toda a carga negativa que ainda sobrar em você.

ONDE?!

Para onde foram meus sonhos de menina?!
Onde escondeu-se aquela menina que corria pelo corredos da velha casa, com duas tranças compridas no cabelo e vestido cinza?!
Onde ela está?!
Será que ela ainda faz parte da minha vida depois de tantos e tanos anos esquecida entre personagens e histórias criadas e inventadas em meio a dias e noites de solidão?
De onde vem essa tristeza que me aflige tanto?
Esse sentimento de solidão que me faz chorar por horas e horas quando tudo o mais parece estar tão perfeito, tão certo... Essa dor que prende o peito e que percorre o corpo num arrepio frio...
Onde eu perdi as rédeas da minha vida?!
Em que ponto da história eu passei de criadora a criatura inanimada? Personagem de desenho animado que estática espera um outro para criar-lhe sentido...
Quando eu permiti que meus sonhos deixados de lado valessem tão pouco que nem ao menos precisassem ser guardados como lembranças de uma infância??
Onde está a menina que eu conheci há tanto tempo?!
*** All my Life ***
All my life I've been searching for something
Something never comes, never leads to nothing
Nothing satisfies, but I'm getting close
Closer to the prize at the end of the rope
All night long I dream of the day
When it comes around, and it's taken away
Leaves me with the feeling that I feel the most
Feeling it come to life when I see your ghost
Calm down, don't you resist
You've such a delicate wrist
And if I give it a twist
Something to hold when I lose my grip
Will I find something in there,
to give me just what I need
another reason to bleed
One by one, Hidden up my sleeve
One by one, Hidden up my sleeve
Hey, don't let it go to waste
I love it but, I hate that taste
Weight, keep penning me down
Will I find a believer
Another one who believes
Another one to deceive
Over and over, down on my knees
If I get any closer,
And if you open up wide
And if you let me inside
On and on, I've got nothing to hide
On and on, I've got nothing to hide
Hey, don't let it go to waste
I love it but, I hate that taste
Weight, keeping me down
All my life I've been searching for something
Something never comes, never leads to nuthing
Nothing satisfies, but I'm getting close
Closer to the prize at the end of the rope
All night long I dream of the day
When it comes around, and it's taking away
Leaves me with the feeling that I feel the most
Feel it come to life when I see your ghost
Then done, done; on to the next one
Done, done, and I'm on to the next one
Done, done, and I'm on to the next one
Done, done, and I'm on to the next one
Done, done, and I'm on to the next one
Done, done, and I'm on to the next one
Done, done, and I'm on to the next one
Done, I'm done, and I'm on to the next
Done, done, and I'm on the next one
Done, I'm done, and I'm on to the next
Hey, don't let it go to waste
I love it but, I hate that taste
Weight, keeping me down
Done, done on the next one done,
I'm done; I'm on to the next

SÃO TRÊS E MEIA DA MANHÃ...


São três e meia da manhã.
Engraçado como a vida nos mostra repetidas vezes aquilo que temos que fazer e não temos coragem. Ou será coragem uma palavra muito forte para designar esse sentimento?!
Resignação.
Apatia.
Inércia.
Letargia.
Estar a espera de alguém que você sabe que não virá.
Estar a espera de uma vida repleta de sonhos que você sabe não ser a sua. Não ser os seus sonhos.
Estar a espera de uma palavra de carinho quando você tem plena certeza que ele não virá de quem se deseja.
Estar a espera.
Senta-se a beira do caminho e ver sua vida passar dia após dia, como se fosse um efeito natural. Como se fosse mais um dos milhares de ciclos que ouvimos falar todos os dias.
O que é amar alguém?!
Seria fechar os olhos e idealizar como o objeto é?... Como pensa, age, respira, anda, fala... Como ele reage a situações que você mesma criou numa prisão feita de delírios e imaginação...
Seria estar sempre a disposição?... 24 horas por dia como uma criada. Uma serva que, submissa e grata, aceita qualquer olhar mais demorado como um presente e acredita que representa uma prova definitiva de amor eterno...
Amar é deixar partir.
Amar é não fazer mapas e trilhas. É seguir todas as pistas e viver.
Amar é não fazer planos pra você.

07 dezembro 2005

O DELICIOSO MUNDO DE BACO...

Orgia rubra.
De sentidos e sensações...
Estado de loucura proporcionada por seguidas taças de líquido púrpuro, rosáceo.... Vinho que embriaga, que enlouquece, que nos carrega para um mundo desconhecido e inexplorado. Mundo de perfeições, onde tudo é permitido, incentivado e desejado.
Dionísio.
Baco e suas bacantes...
Entre mistérios e ritos. Entre o sagrado e o mais profano.
Entre vinhos e fumaça...

DIONÍSIO... BACO... BACANTES


Divindade grega da natureza, especificamente deus do vinho e mais amplamente da vegetação, que desempenhou um papel de excepcional importância entre os gregos.
A primeira parte de seu nome apresenta o genitivo do
nome de Zeus, e foi como filho de Zeus e Sêmele, filha de Cadmo e Harmonia, que ele entrou para os escritos mitológicos. O culto de Dionísio veio da Trácia, Lídia (o nome Baco provavelmente é derivação lídia) ou Frígia para a Grécia aproximadamente no oitavo século a.C. Por trazer um tipo de entusiasmo e êxtase até então desconhecido dos gregos, o culto a Dionísio se estabeleceu contra muita oposição, principalmente da aristocracia.Nos festivais realizados em sua homenagem, que eram basicamente festas da primavera e do vinho, o deus em forma de touro freqüentemente liderava as Maenads barulhentas, bacantes, sátiros, ninfas e outras figuras disfarçadas para os bosques. Eles dançavam, desmembravam animais, comiam suas carnes cruas e alcançavam um estado de êxtase que originalmente nada tinha a ver com o vinho. As representações mais antigas do deus mostram-no como um velho de barbas, enquanto que as mais recentes o representam como um belo jovem. As histórias sobre as andanças de Dionísio, e em particular sua viagem à Índia, são provavelmente surgidas da simples observação da difusão geográfica da videira. Onde essa planta era cultivada, e o vinho extraído, acreditava-se que o deus por lá havia passado, dando aos mortais sua benção ou maldições. Assim que Hera soube que Sêmele estava esperando um filho do seu marido, Zeus, ficou demasiadamente furiosa. Sabendo que as suas reprovações aos atos de Zeus não surtiam nenhum efeito, resolveu vingar-se da jovem e destruí-la. Para Hera, Sêmele era culpada e carregava em seu ventre a prova de seu ato ilícito. "Não me chamem mais de filha de Saturno, se ela não descerá às águas do Estígio, para lá enviado pelo seu Zeus!" Com essas palavras, Hera se levantou de seu trono e envolvida por uma nuvem dourada, aproximou-se da morada de Sêmele. Lá, transformou-se em uma velha senhora, com cabelos brancos, rugas em sua pele, costas arqueadas e passos cambaleantes: a cópia exata de Beroe, a ama de Sêmele. Alcançando Sêmele, ela iniciou uma longa conversa, na qual mencionou o nome de Zeus: Hera disse que ela deveria pedir uma prova de que seu amante era realmente Zeus, e se fosse verdade, que ele aparecesse em sua forma gloriosa, a mesma que ele aparecia perante Hera, e só assim a abraçasse. "Eu rezo para que seja mesmo Zeus! Mas tudo isso perturba-me: muitas vezes um homem usou deste artifício para penetrar no quarto de uma mulher honesta, fazendo-se passar por um deus." Assim dizendo, Hera colocou a suspeita no coração da jovem e ela dirigiu-se à Zeus, pedindo uma prova de seu amor. Ele respondeu dizendo que qualquer coisa que ela pedisse lhe seria atendido. Ainda mais, para reforçar seu juramento, chamou o nome do deus do rio Estígio para ser sua testemunha. Sêmele, feliz com o juramento, selou seu destino com o seu pedido: "Mostre-se a mim. Da mesma maneira como você se apresenta a Hera quando você troca abraços amorosos com ela!" O deus tentou em vão impedir que ela falasse tamanho desatino, mas as palavras já haviam deixado sua boca - e seu juramento não podia ser alterado. Lamentando muito a tarefa que estava prestes a realizar, Zeus lançou-se ao alto, juntou as névoas obedientes e as nuvens de tempestade, relâmpagos, ventos e trovões. Tentou ao máximo reduzir ao máximo a sua ostentação de glória. Mas a estrutura mortal de Sêmele não podia suportar a visão do visitante celestial, e ela foi queimada até as cinzas pelo seu presente de casamento. Seu bebê, ainda incompletamente formado, saiu do útero de sua mãe, e alojou-se na coxa de Zeus, até que se completasse a sua gestação. Zeus entregou o bebê a Hermes, que o confiou ao casal Ino e Athamas, advertindo-os a cuidar de Dionísio como se ele fosse uma menina. Entretanto, Hera descobriu que o bebê havia nascido e que estava sendo criado escondido dela. Indignada, levou Ino e Athamas à loucura. Athamas caçou o próprio filho, Learcus, como se fosse um veado, matando-o, e Ino, para livrar seu outro filho, Melicertes, da loucura do pai, o atirou ao mar, onde foi transformado no deus do mar Palaemon. Finalmente, Zeus iludiu Hera transformando Dionísio em um cabrito e Hermes o levou para ser criado pelas ninfas de Nysa, na Ásia, quem Zeus posteriormente transformou em estrelas, dando-lhes o nome de Híades. Mais tarde, Dionísio resgatou Sêmele dos ínfernos e a levou ao Olimpo, onde Zeus a transformou em deusa. Quando Dionísio cresceu, ele descobriu a videira e também a maneira de extrair da fruta o seu suco e transformá-lo em vinho. O deus então, vagou pela Ásia e foi até a Índia, onde ficou diversos anos, para ensinar os povos a cultivar a vinha. Em seu caminho, chegou até Cibela, na Frígia, onde a deusa Réia, mãe dos deuses, o purificou e o ensinou os ritos de iniciação. Ele se dirigiu à Trácia, onde Licurgo era o rei dos Edonianos, que viviam ao lado do rio Strymon. Licurgo foi o primeiro a insultar Dionísio e expulsá-lo. Sabendo das intenções de Licurgo através de Carope, pai de Orfeu, Dionísio se refugiou no mar, com Tétis, enquanto as maenads eram feitas prisioneiras, juntamente com os sátiros. Dionísio, em vingança, enlouqueceu o rei, e ele matou seu filho com um machado, pensando estar cortando uma videira. Quando acabara de cortar os membros do filho, desfez-se o encanto do deus. Dionísio recompensou a ajuda de Carope dando-lhe o reino dos trácios e instruíndo-lhe nos ritos secretos ligados aos seus mistérios. Quando Dionísio se encaminhou à Tebas, ele forçou as mulheres a abandonarem suas casas e segui-lo, numa espécie de transe. O Rei Penteus tentou por um fim à desordem causada pelo deus, tentando prende-lo, mas sua tentativa foi infrutífera, pois os seguidores de Dionísio impediam a prisão do deus. Então, Penteu tentou espionar o culto de Doinísio, mas foi avistado pela sua mãe, Agave, que participava junto com as maenads. Cega pelo deus, Agave pensou ester vendo um javali gigante, e chamou as demais mulheres para correrem atrás dele. Assim que o alcançaram, despedaçaram-no e sua mãe percebeu, horrorizada, que não era um javali que haviam desmembrado, mas sim seu filho. Depois de Tebas, Dionísio foi para Argos, e como eles não quiseram honrá-lo, ele fez as mulheres enlouqucerem, carregarem seus filhos no colo até uma montanha e os devorarem. Assim como os demais deuses da vegetação, acreditava-se que Dionísio havia morrido uma morte violenta, mas que havia sido trazido novamente à vida; e sua morte, ressurreição e sofrimentos eram representados em ritos sagrados.
***
Um dia, narra a lenda, a grande deusa Deméter chegou à Sicília, vinda de Creta. Trazia consigo sua filha, a deusa Perséfone, filha de Zeus. Deméter planejava chamar a atenção do grande deus, para que ele percebesse a presença de sua filha. Deméter descobriu, próximo à fonte de Kyane, uma caverna, onde escondeu a donzela. Pediu-lhe, então, que fizesse com um tecido de lã, um belo manto, bordando nele o desenho do universo. Desatrelou de sua carruagem as duas serpentes e colocou-as na porta da caverna para proteger sua filha. Neste momento, Zeus aproximou-se da caverna e para entrar sem despertar desconfiança na deusa, disfarçou-se de serpente. E na presença da serpente, a deusa Perséfone concebeu do deus. Perséfone deu luz a Dionísio na caverna, onde ele foi amamentado e cresceu, passando o tempo com seus brinquedos: uma bola, um pião, dados, algumas maçãs de ouro, um pouco de lã, um zunidor e um espelho, que o deus gostava de fitar encantado. Entretanto, o menino foi descoberto por Hera que queria vingar-se da nova aventura do esposo. Assim, quando o deus estava olhando-se distraído no espelho, dois titãs horrendamente pintados com argila branca, aproximaram-se de Dionísio pelas costas e, aproveitando a ausência de Perséfone, mataram-no, cortaram o corpo do menino em sete pedaços e ferveram as porções em um caldeirão apoiado sobre um tripé e as assaram em sete espetos. Atenas viu a cena e, mesmo não podendo salvar o menino, resgatou o coração do deus. Mal tinham acabado de consumar o assassinato, Zeus apareceu na entrada da caverna, atraído pelo odor de carne assada e vendo a cena, entendeu o que havia se passado, atirando um de seus raios contra os titãs canibais, matando-os. Zeus estava desolado com a morte do filho, quando a deusa Atenas apareceu e entregou-lhe o coração do deus assassinado. Zeus, então, efetuou a ressurreição, engolindo o coração e dando, ele próprio, à luz seu filho. E essa é a origem do deus morto e renascido, relatada pelos antigos e celebrada nos mistérios...

06 dezembro 2005

DEIXAR...

Coisas para deixar pra trás...
Lá fora está uma chuva fina... dessas que esfriam a noite, trazendo aquele vento frio vindo do mar.
Céu nublado e cinzento.
Assim com eu.
A televisão está ligada desde ontem à noite, numa orgia de imagens e frases sem sentido. Não sei o programa que está passando, embora eu esteja olhando para ela há mais de duas horas. Afundada entre cobertores e travesseiros, pareço uma personagem saída dos filmes de Woody Allen: desgrenhada, vestindo uma camiseta do Nirvana que eu encontrei da última vez que arrumei o apartamento, comendo todo o chocolate que eu escondi na cozinha e alguns biscoitos que alguém trouxe na última festa.
Estou pensando no que aconteceu... No que não aconteceu...
Estou pensando no fim.
Em como ele fechou a porta e saiu da minha vida...tão simples como entrou há dois anos atrás. Simples.
Essa é a melhor descrição. A única.
Deitada aqui descubro que acabou o encanto da bailarina. A "mágica" da caixinha de música foi descoberta e, entre molas e engrenagens, ela jaz quieta, imóvel. Sem seu bailado tão gracioso e sedutor, ela não tem mais motivos para existir e, assim, ela é deixada de lado em algum lugar perdido...
Deixamos tantas coisas para trás...
Boas ou ruins. Livres. Cálidas. Eternas. Coisas que perderam o sentido. Coisas que trouxeram alegrias, dores e sonhos. Coisas que o girar da roda nos obrigama deixar para trás. Simplesmente, deixar para trás.
A noite está quieta lá fora.
Talvez seja efeito do vinho ou da loucura. Ou talvez, seja efeito dessa minha tristeza, disfarçada de melancolia ou de apatia. Ou talvez, a noite realmente esteja tão quieta como esse quarto que, agora, me parece tão vazio e triste.
O quarto. O cenário.
Relatividade.
Infelicidade.
Medo.
Nunca pensei no que a bailarina faz depois que ela é deixada...

VELHAS ESTRADAS...




Eu quero sempre mais de ti.
Ansiedade. Nove letras. Quatro consoantes. Cinco vogais. Uma coisinha tão insignificante e que faz um mal tão absurdo!!... Sai corroendo o corpo, a alma, o espírito, o sono, a fome, a alegria...Tudo!!
A espera de alguém. De alguma coisa. De algum acontecimento. Um recado. Um sinal. Qualquer coisa!!!! Até mesmo um milagre!!
Estou à espera de uma vida nova. De novos planos. De novos rumos.
Estou à espera de um amor. Desses que a gente vê em filme americano e acha que pode encontrar na esquina, com aqueles sobretudos, guarada-chuva e joranal embaixo do braço.
Estou a espera de um novo rumo na vida: amigos novos... novos lugares pra conhecer, explorar, descobrir...
Estar a espera.
A cada vez que escrevo essas palavras, vem a iamgem de uma estrada de ferro. Dessas que partem de algum lugar para outro ainda mais indefinido... distante... com um caminho de pedras ao lado, com algumas plantas e árvores.
Me vejo sentada, num tronco, com uma mala bem surrada ao lado, usando um vestido florido, chapéu e um tênis velho nos pés. Olhando para os lados... Esperando o trem passar e me levar dali.
Uma idéia de apatia, conformismo misturada... fundida a esperança de dias melhores, dias de sol e paz.
...
Estranho falar de conformismo. Logo eu que sempre busquei algo mais... Algo diferente.
Busco, encontro, espero ser encontrada. Um jogo de gato e rato. Eu e meus desejos e meus medos. Todos correndo... uns atrás dos outros, sempre sem alcançar e sempre correndo e sempre e sempre e sempre e sempre.
Estou a espera de mim mesma. De me encontrar numa esquina mais madura, mais independente, mais mulher. Mais do que sempre fui. Mais do que pretendi ser um dia, lá atrás, quando meu maior sonho era ser... sei lá... já faz tanto tempo...
Minha estrada é querer sempre mais... mais de mim... mais de todos....
É querer sempre mais...
É ter sempre mais...

02 dezembro 2005

DOMINÓS...

*** Quem nunca ouviu uma canção no meio da rua ou no meio do nada e descobriu que aquela história era sua. Desde o primeiro ao último verso. Sem mentiras. As coisas que você deveria ter visto. As coisas que você deveria ter dito. As coisas que você deveria ter vivido.
"Você joga pra ganhar ou é apenas um mau perdedor?" ***

(All day, all day)
I don't know why, I don't know how
I thought I loved you, but I'm not sure now
I've seen you look at strangers too many times
The love you want is of a different kind
Remember when we felt the sun
A love like paradise, how hot it burned
A threat of distant thunder, the sky was red
And when you walked, you always - turned every head
(All day, all day) Watch them all fall down
(All day, all day) Domino dancing
(All day, all day) Watch them all fall down
(All day, all day) Domino dancing
I thought that when we fought I was to blame
But now I know you play a different game
I've watched you dance with danger, still wanting more
Add another number to the score
(All day, all day) Watch them all fall down
(All day, all day) Domino dancing
(All day, all day) Watch them all fall down
(All day, all day) Domino dancing
When you look around you wonder
Do you play to win?
Or are you just a bad loser?
(All day, all day)
(All day, all day)
I don't know why, I don't know how
I thought I loved you but I'm not sure now
I hear the thunder crashing, the sky is dark
And now a storm is breaking within my heart
(All day, all day) Watch them all fall down
(All day, all day) Domino dancing
(All day, all day) Watch them all fall down
(All day, all day) Domino dancing
(All day, all day) Watch them all fall down
(All day, all day) Domino dancing
(All day, all day) Watch them all fall down
(All day, all day) Domino dancing
(All day, all day) Watch them all fall down
(All day, all day) Domino dancing
(All day, all day) Watch them all fall down
(All day, all day)

E SE ELES DECIDIREM ACABAR COM O INFERNO?!

E se eles resolverem acabar com o inferno?!
O que as garotas e os garotos maus terão como consolo?! Onde eles estarão seguros quando tudo isso acabar?!
Inferno.
Com seu cheiro de enxofre, o calor, a lascívia, a falta de pudor, os vícios e o fogo. Ah, doce inferno! Jardim das delícias! Alegoria com suas maçãs, serpentes, diabos, tridentes e pecados.
Originais! Copiados da última noite ou do último encontro. Trazidos na alma como marca indelével. Como uma mancha. Ou como um presente de deuses antigos, pra quem o que chamamos hoje, de pecado, sempre foi a vida! Tal como ela é de fato e direito!
Errar. Acertar. Corrigir. Perdoar. Pedir perdão.
Definições de certo e errado herdadas da Liga pela Moral e pelos Bons Costumes, das aulas de Ética e do Catecismo depois da missa dos domingos. Moral retirada de velhos livros empoeirados e usados esporadicamente como Tábuas de Salvação. Livros escritos em mundos distante por pessoas que povoam nossa imaginação com os títulos de santos, santas, padres, pastores.
De ovelhas e de almas.
De carne e de sangue.
A salvação prevista e programada para depois da reza ou da caridade hipócrita.

Minha salvação não advém de um deus todo poderoso nem de ladainhas e promessas.
Não espero nem a salvação nem a danação eternas.
Não acredito numa verdade una, que não vê o mundo real como influênciador e influência.
Não acredito que meninas boas vão para o céu, desfrutar de dias de sol claro e nuvens macias ao som de harpas.
Não acredito que meninas más sofrerão para sempre as desventuras e males do inferno.
Não acredito no bem e no mal.
Acredito em vida que segue. Caminhos... pistas...
Em ação e reação. Em sonhos desfeitos. Amizade. Relatividade. Entrega. Carinho. Raiva. Medo. Abraço. Beijo. Tapa. Força. Lágrima. Lealdade. Sinceridade. Dor. Mentira.
Acredito em dar e receber. E às vezes, receber muito menos do que se deu.

...

01 dezembro 2005

AMOR PISCINA...

Algumas coisas acontecem comigo e prefiro nem registrar...
Gosto de deixá-las pras minhas noites de insônia em frente ao computador ou pras minhas lembranças furtivas num banho demorado. Gosto de me flagrar sorrindo, com a mão sobre os lábios, lembrando do que eles fizeram e onde estiveram há minutos atrás.
Gosto acordar no meio da noite suada e ofegante, como se estivesse saindo de um transe... De um sonho... Um sonho quente, desses que deixam a alma perdida sem saber o que é verdade e o que é simples desejo.
Gosto do prazer que meu corpo pode dar. Ao outro mais do que a mim mesma. Gosto da respiração, dos gemidos, sussurros, das frases soltas... Gosto de saber que aquele desejo é pra mim. É por mim.
Um Narciso que ama ser amado. Quantas e quantas loucuras! Coisas que não imaginei fazer! Situações que não fantasiei! Desejos de outros que tomo como meus. Bocas que aprisiono como se fossem minhas.
Outros. Outro.
Entre insensos e papéis e almofadas e planos quem delimita o que fazer para saciar meu desejo de dar prazer a outro?! Quem pode dizer se estou certa ou errada quando me encontro sorrindo em meio as memórias de cheiros e toques.
Toques. Tapas.
A boca que me mordisca as costas. A mão que puxa os cabelos. A boca que tanto desejo. O corpo. O cio.
O homem. Um homem!
Entre conceitos e éticas próprias... Fidelidade! O homem a quem sou fiel. De quem sou escrava. Pelo qual sou apaixonada.
Um. Entre tantos confusos, dispersos, presentes ou não. Um.
Uma prisão infame que me obriga fechar os olhos enquanto estou com outro qualquer, para imaginar e desejar a ele... Que me faz perder a vergonha e o juízo. O nome que sussuro baixinho pra mim mesma para ter a certeza de que meu sentimento real é o que importa. Para ter a certeza que ali, naquela cama, com aquele homem, está uma mulher qualquer, de um lugar qualquer.
Azul. Linda. Boca. Mãos. Sinais em meio a um novo portal.
"Eu quero amor piscina que sobe e desce trampolins, cai e sai nadando. Amor em que se afunda e simplesmente sai se amando".
Marta Medeiros estava certa desde o início.

30 novembro 2005

CACHORRO VIRA-LATA

Cachorra vira-lata. Cachorra vadia, sem rumo, sem casa. Cachorra sem raça. Sem pai, sem mãe. Cachorra que vive na rua, roubando comida, fugindo dos carros. Sem pedrigree. Sem nome chique, sem cama quente.
Cachorra que vai onde quer, quando quer e como quer...

Que anda sem coleira e mesmo assim sabe ser fiel como nenhuma outra. Abanando o rabo quando lhe dão comida, água ou carinho. Seguindo. Protegendo do perigo.
Cachorra forte. Astuto. Que reconhece o perigo de longe, sabe as manhas, os truques. Os melhores caminhos. As melhores comidas. As melhores pessoas. Não cai quando sente dor. Vacila, as vezes, e segue em frente. Não espera. Vai seguindo seu passo.
Tenho minha porção vira-lata. Essa que aceita qualquer carinho e ainda fica feliz por isso. Que olha desconfiada para o que está ao seu redor. Que tem medo, mas não pode ficar parada. Não pode ficar pra trás.

Também sei abanar meu rabo, ser humilde. Às vezes, até grata.
Reconheço quem me faz bem e sou fiel até o fim. Não ataco quem me fere.... deixo pra depois... pro dia em que minha mágoa se tornar algo mais forte que a decepção do momento.
Sou bicho vadio.
Bicho.
De duas patas. Com menos trejeitos, mais um pouco de inteligência e tão vadia quanto qualquer cachorra vira-lata que tem por aí. Sigo meu faro, meu instinto. Se digo "não" é porque é pra ser "não". Sem motivos lógicos, passo por complicada, por "dramática". Vou até o inferno se for preciso ajudar meu 'dono' com a mesma velocidade e coragem com que levo alguém a ele se me machucar demais. Sei conquistar com aquele olhar de quem está desamparado, porque sempre posso estar assim.
Posso lamber sua mão. Mordê-la. Ou simplesmente, me aninhar em cima dela para dormir um pouco. Gosto de receber carinho. Gosto de sentir os cheiros das pessoas. De ficar quietinha num canto, só vendo o ir e vir dos corpos, estudando cada gesto, cada passo. Gosto de ficar deitada, me espriguiçando, me esfregando... deixando meus cheiros, minhas marcas...
Não tenho o que me prenda. Tenho meu desejo. Minhas vontades.
Pensando bem.... sou mais vadia que qualquer vira-lata que conheço nas ruas.

29 novembro 2005

FALAR SOBRE MIM...

Falar sobre mim...
Características... Tipo físico... Olhos. Cabelos. Estatura. Peso. O que eu gosto de comer.O que eu gosto de fazer. De ler. Se eu durmo de bruços ou prefiro camisola de bichinhos. Se terminei a faculdade ou sou uma bruxa desgarrada. Se tenho namorado ou só alguns amigos. Se prefiro saia a calças jeans. Se gosto de nadar ou se tenho um gato persa em casa. Onde eu gosto de estar. Onde eu vou quando quero ficar sozinha. O que eu faço pra me divertir.
O que?
Quem?
Onde?
Como?
Por que?
Definições.
Sou personagem estranho perdida entre as convenções de uma vida certinha e os desejos de todo bicho. Entre as inseguranças da menina certinha que não pode errar nem estar num plano menor que a sombra da mãe perfeita. Entre a castração de um semi internato repleto de freiras infelizes e meninas solitárias e cruéis. Entre a adolescência cercada de ciclos, ora solitários, ora depressivos, ora suicidas. Entre o desejo de ser importante para alguém. De me sentir importante pra mim mesma.
Entre vidas perdidas e atos de uma peça antiga, apresentada num teatro de escola, a personagem se mostrou mais real e mais forte que aquela menina. Mudando de nomes como quem muda de fase. Se adaptando ao mundo que a cerca. Transformando-se. Criando vida!
Hoje, é ela quem me dirige. Quem me diz o que fazer, quem me conforta quando tenho medo.
Pluralidade.
Dualidade.
Perspectiva.
Alter ego.
Máscara Vienense.
Face da Deusa.
Pra alguns, fuga. Pra outros, declaração de solidão. Pra mim... uma outra face. Um ouro lado que só os escolhidos conhecem.
E ponto final!

28 novembro 2005

QUENTE. MOLHADA. ANSIOSA.

Estou aqui.
Deitada na cama, rolando de um lado para o outro. Quente. Molhada. Ansiosa. A espera da boca que reconheço como a dele. A boca que me toca as costas, o peito, a boca. Que me suga a língua e me devolve plena, ofegante.
Já li, ouvi música. Acendi velas, incensos, cigarros. Já devorei caixas de chocolates junto com duas garrafas de vinho barato que encontrei perdidas no armário do meu quarto. Já follheei revistas de moda, beleza e decoração. Mudei os móveis de lugar. Troquei os lençóis. Mergulhei na banheira repleta de água quente e sais até meu corpo enrugar e gelar. Me envolvi em cremes e óleos e cheiros e gostos. Tudo a espera daquela boca. Daquela mão. A mão que me envolve a cintura, me ergue e me ama. A mão que me aperta com força. Que me prende, me bate. A mão que me puxa o cabelo devagar enquanto me chama de "linda". Meditei. Relaxei. Fiz Ioga. Preparei uma macarronada. Enrolei brigadeiro. Pintei as unhas, cabelo e boca. Escolhi uma camisola preta e enfiei-e por entre as cobertas. Quente. Molhada. Ansiosa.
Fecho os olhos com força esperando me acalmar quando sinto o cheiro tão familiar. Ouço os passos pelo corredor. Reconheço o som da bolsa sendo largada numa cadeira qualquer. Sei que ele está olhando ao seu redor, tentando descobrir o que está diferente no lugar. Reconhece o cheiro que vem da cozinha. Caminha mais alguns passos e pára na porta do quarto tão ofegante quanto eu, lá dentro. Quando a porta se abre, me agarro nele como se fosse a primeira e a última vez. O peito firme, a curva do pescoço, a boca. Boca com boca, vendo se encaixa. Se combina. A cama desarrumada. Roupas, sapatos espalhados pelo chão. Os braços me erguem no colo. Me colcam na cama. Os corpos se medem. Um apreende o outro. A boca caminha em direção ao pescoço, a nuca. Explora as costas nos pontos menos conhecidos. A boca sususrra enquanto o peso do corpo se torna maior. As mãos tocam, acariciam, apertam. Encaixam. Roubam. Tiram a timidez e a vontade. Entre gestos e cheiros e bocas e pedidos e susurros e braços e coxas. Uma confusão de vontades que aprisiona os sentidos. A Criação do Mundo. O Suor. O Riso. O Olhar. A Renúncia. A Entrega. O Desejo. O Pedido. A Necessidade. A Paixão. As coxas que se abrem. Os Gemidos. O Tesão. O ritmo compassadamente urgente. Pequenos insultos. Nomes. Frases. Mãos que apertam a cintura, que invadem. Mãos que se agarram à cama, que empurram os travesseiros pra longe. Força. Abnegação para ser o outro. Ser do outro. Espasmos. Privação dos sentidos. Uma tentativa deseperada de fuga do espírito. Contração. Libertação. Corpos tentando fundir-se. Calor. A boca que morde a nuca, a orelha. O Cio. O Grito. Os corpos relaxam. Exaustos. Lânguidos. A busca das mãos dá lugar aos dedos brincalhões que se enroscam nos cabelos, nos pêlos. A boca que chama pelo nome. O Sorriso. O Abraço apertado. O Colo.
Estou aqui. Deitada na cama, enroscada tal qual um gato, entre pernas e braços. Aquecida. Num sono leve, feliz, desses de amor realizado.
If you want me baby,
you just gotta let me know,
let me know
if you want me baby,
you just gotta let me know,
let me know
Dont go chasing after butterflies
when everything you want
is right here by your side
Dont go chasing after butterflies
when everything you want
is right here by your side
if you need my baby you just got to let it show,
let it show
why dont you lower your defense,
theres no more room walls or fences
why dont you lower your defese,
theres no more room walls or fences
if you want me baby,
you just gotta let me know, let me know
if you want me baby,
you just gotta let me know, let me know
Dont go chasing after butterflies
when everything you want
is right here by your side
Dont go chasing after butterflies
when everything you want
is right here by your side
when i first saw you I felt something inside i couldn't hide
....well the first time i saw you
i felt something i couldnt hide
well the first time i saw you
i felt something i couldnt hide
So don't go chasing after butterflies
when everything you want
is right here by your side
Dont go chasing after butterflies
when everything you want
is right here by your side
if you need my baby you just got to let it show,
let it show

** Segunda-feira... enquanto acordes, violas, climas e canções traçavam caminhos diferentes na conversa...a cabeça se prendia em "Butterflies"...lembrando do texto... da noite que originou o texto... Um relato. Uma confissão velada que a gente faz ao travesseiro e toda noite se deixa levar por esse mundo de lembranças.

Amor traduzido em desejo. Em paixão! Em "fogo que arde sem se ver", mas que marca de tal forma que você se pergunta até que ponto aquilo tudo aconteceu de verdade, ou se era mais um sonho perdido entre as duas e três da madrugada....**


27 novembro 2005

PROMESSAS DA PELE

Anatomia...

O corpo limpo e quente. Pulsante... Nu.

Músculos e sangue sob a capa da pele que respira sôfrega, como num sonho... dessses em que a alma parece sair lentamente, deixando um corpo largado na cama amarrotada, num final de noite...

Tremor. Arrepio. Calor.

Pele sob pele. Pele com pele. Mistura delicada que apreende, absorve. Registra na carne do corpo do outro. Do cheiro do outro. Marca. Fere. Imprime.

Pele que se mistura com saliva, com suor. Com vinho barato e cinzas de cigarro. Com perfume de homem. Com batom. Com fumaça de boate e maresia.

O toque que faz o corpo relaxar imerso em desejo. A pele que se arrepia diante da certeza da boca. O corpo que, esgotado, se permite esquecer-se sozinho em meio à espuma.

O toque que aquece. Daquele que ama plenamente e que afaga os cabelos com a languidez de um gato acarinhado. O toque de quem se enrosca entre pernas e braços e pescoços e nucas com o único propósito de eternizar o momento. O carinho. O toque firme. Apertado de um abraço há muito esperado. Há muito idelizado.

O toque de quem deixou-se perder pelo tempo e que, numa roda-viva, se encontra com um passado mais real do que o segundo anterior. Disposto a voltar. A voltar no toque, no beijo quente que desce pelas costas, na promessa de reencontro. No continuar de uma história escrita entre sons, canções e beiras de estradas, que seguem para um lugar nenhum. Algum.

A boca que aguarda. Que sussurra na madrugada aquela canção que ninguém imagina ter sido escrita pra você. Por você. A língua que percorre os lábios numa tentativa inútil de esquecer as algemas, as juras. Os sonhos que, traçados entre conhaques e colos, eram tão presentes quanto o lábio agora mordiscado.

A boca que beija, que suga. Que tenta tirar daquele corpo a última gota de vida. A boca que, desejando inutilmente uma outra, fica entreaberta... enquanto o calor se esvai em meio à solidão.

As mentiras sussuradas. As promessas não ditas. As esperanças...

Calor e frio numa proporção igualmente injusta para ambos. Castelo de areia feito em uma noite de ressaca. O sorriso guardado na memória como prova real de algo que nunca aconteceu.

Água fria que recobre a pele. Que torna real a força do toque.

Boca.

Língua.

Olhos.

Mãos.

Colo.

Corpo.

Pernas.

Braços.

Pele.

Que se procuram e se encaixam. Que se largam. Que retomam oque foi deixado de lado.

Que brinca, seduz e atiça. Que envolta em óleos e lenços se traduz no beijo impresso na boca e se encerra com o fechar das portas num dia de sol.

*** feito ao som de "Being Boring", Pet Shop Boys, numa noite de lembranças e descobertas entre a solidão e o conhaque... ***

I came across a cache of old photos

And invitations to teenage parties

"Dress in white" one said, with quotations

From someone's wife, a famous writer

In the nineteen-twenties

When you're young you find inspiration

In anyone who's ever gone

And opened up a closing door

She said: "We were never feeling bored

'Cause we were never being boring

We had too much time to find for ourselves

And we were never being boring

We dressed up and fought, then thought: "Make amends"

And we were never holding back or worried that

Time would come to an end

When I went I left from the station

With a haversack and some trepidation

Someone said: "If you're not careful

You'll have nothing left and nothing to care for

In the nineteen-seventies"

But I sat back and looking forward

My shoes were high and I had scored

I'd bolted through a closing door

I would never find myself feeling bored '

Cause we were never being boring

We had too much time to find for ourselves

And we were never being boring

We dressed up and fought, then thought: "Make amends"

And we were never holding back or worried that

Time would come to an end

We were always hoping that, looking back

You could always rely on a friend

Now I sit with different faces

In rented rooms and foreign places

All the people I was kissing

Some are here and some are missing

In the nineteen-nineties

I never dreamt that I would get to be

The creature that I always meant to be

But I thought in spite of dreams

You'd be sitting somewhere here with me

'Cause we were never being boring

We had too much time to find for ourselves

And we were never being boring

We dressed up and fought, then thought: "Make amends"

And we were never holding back or worried that

Time would come to an end

We were always hoping that, looking back

You could always rely on a friend

And we were never being boring

We were never being bored

'Cause we were never being boring

We were never being bored