02 dezembro 2005

E SE ELES DECIDIREM ACABAR COM O INFERNO?!

E se eles resolverem acabar com o inferno?!
O que as garotas e os garotos maus terão como consolo?! Onde eles estarão seguros quando tudo isso acabar?!
Inferno.
Com seu cheiro de enxofre, o calor, a lascívia, a falta de pudor, os vícios e o fogo. Ah, doce inferno! Jardim das delícias! Alegoria com suas maçãs, serpentes, diabos, tridentes e pecados.
Originais! Copiados da última noite ou do último encontro. Trazidos na alma como marca indelével. Como uma mancha. Ou como um presente de deuses antigos, pra quem o que chamamos hoje, de pecado, sempre foi a vida! Tal como ela é de fato e direito!
Errar. Acertar. Corrigir. Perdoar. Pedir perdão.
Definições de certo e errado herdadas da Liga pela Moral e pelos Bons Costumes, das aulas de Ética e do Catecismo depois da missa dos domingos. Moral retirada de velhos livros empoeirados e usados esporadicamente como Tábuas de Salvação. Livros escritos em mundos distante por pessoas que povoam nossa imaginação com os títulos de santos, santas, padres, pastores.
De ovelhas e de almas.
De carne e de sangue.
A salvação prevista e programada para depois da reza ou da caridade hipócrita.

Minha salvação não advém de um deus todo poderoso nem de ladainhas e promessas.
Não espero nem a salvação nem a danação eternas.
Não acredito numa verdade una, que não vê o mundo real como influênciador e influência.
Não acredito que meninas boas vão para o céu, desfrutar de dias de sol claro e nuvens macias ao som de harpas.
Não acredito que meninas más sofrerão para sempre as desventuras e males do inferno.
Não acredito no bem e no mal.
Acredito em vida que segue. Caminhos... pistas...
Em ação e reação. Em sonhos desfeitos. Amizade. Relatividade. Entrega. Carinho. Raiva. Medo. Abraço. Beijo. Tapa. Força. Lágrima. Lealdade. Sinceridade. Dor. Mentira.
Acredito em dar e receber. E às vezes, receber muito menos do que se deu.

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