06 dezembro 2005

VELHAS ESTRADAS...




Eu quero sempre mais de ti.
Ansiedade. Nove letras. Quatro consoantes. Cinco vogais. Uma coisinha tão insignificante e que faz um mal tão absurdo!!... Sai corroendo o corpo, a alma, o espírito, o sono, a fome, a alegria...Tudo!!
A espera de alguém. De alguma coisa. De algum acontecimento. Um recado. Um sinal. Qualquer coisa!!!! Até mesmo um milagre!!
Estou à espera de uma vida nova. De novos planos. De novos rumos.
Estou à espera de um amor. Desses que a gente vê em filme americano e acha que pode encontrar na esquina, com aqueles sobretudos, guarada-chuva e joranal embaixo do braço.
Estou a espera de um novo rumo na vida: amigos novos... novos lugares pra conhecer, explorar, descobrir...
Estar a espera.
A cada vez que escrevo essas palavras, vem a iamgem de uma estrada de ferro. Dessas que partem de algum lugar para outro ainda mais indefinido... distante... com um caminho de pedras ao lado, com algumas plantas e árvores.
Me vejo sentada, num tronco, com uma mala bem surrada ao lado, usando um vestido florido, chapéu e um tênis velho nos pés. Olhando para os lados... Esperando o trem passar e me levar dali.
Uma idéia de apatia, conformismo misturada... fundida a esperança de dias melhores, dias de sol e paz.
...
Estranho falar de conformismo. Logo eu que sempre busquei algo mais... Algo diferente.
Busco, encontro, espero ser encontrada. Um jogo de gato e rato. Eu e meus desejos e meus medos. Todos correndo... uns atrás dos outros, sempre sem alcançar e sempre correndo e sempre e sempre e sempre e sempre.
Estou a espera de mim mesma. De me encontrar numa esquina mais madura, mais independente, mais mulher. Mais do que sempre fui. Mais do que pretendi ser um dia, lá atrás, quando meu maior sonho era ser... sei lá... já faz tanto tempo...
Minha estrada é querer sempre mais... mais de mim... mais de todos....
É querer sempre mais...
É ter sempre mais...

Um comentário:

Anônimo disse...

Você sempre some e eu sempre te encontro, não é?
O nome vai mudando, mas conheço seu jeito quente de escrever.
Cacau, tenho saudades das noites de Baco. Onde estão as outras três? Ainda vivas?
Você sempre falou de ciclos, não é? Temos que completar o nosso.
Ainda moro no mesmo apartamento e a chave continua no mesmo lugar. E vou continuar esperando você, tomando vinho tinto.
Raphael