Passei a noite toda me revirando na cama.
Ao lado de um corpo que não era o seu, busquei refúgio e calor entre as cobertas. Busquei qualquer coisa que trouxesse você de volta pra mim. Qualquer coisa.
Olhando meus olhos nos espelho acima de mim, vi todos os nossos momentos nos últimos anos. As histórias, as madrugadas... As risadas... As loucuras... Vi nos meus olhos que eu te amo.
E eu chorei.
Por mim.
Chorei por ter vivido esse amor sozinha. Por estar com outro querendo seus olhos. Sentindo seu cheiro.
Chorei por nunca ter recebido esse amor.
Chorei pelo vazio que eu sentia.
Sempre quis um amor piscina... desses que se mergulha e sai amando pura e simplesmente. Que não cobra. Não pede. Não obriga. Desses em que tudo é tão natural e espontâneo que só pode ser amor mesmo.
Na primeira vez que olhei nos seus olhos, mergulhei.
E te amei, mesmo sabendo que estaria sempre sozinha.
Ainda sinto seus olhos me seguindo por entre as pessoas. Ainda lembro das promessas há muito esquecidas, nunca cumpridas. Do desejo tão intenso que poderia ser facilmente tocado. Ainda sinto sua boca me conhecendo pela primeira vez.
São essas lembranças que me aquecem quando ouço tua voz, agora que tudo acabou e sinto o mesmo arrepio correr pela minha espinha e o mesmo desejo fluir no meu corpo.
E com o chuveiro ao máximo, tento acalmar mais uma vez esse desejo. Essa força.
Com os olhos fechados, meus pensamentos são seus. Posso sentir seu corpo me abraçando. Sua mão na minha nuca. Sua respiração.
E me perco entre a espuma e a ilusão. Entre minhas mãos. Entre as paredes com azulejos rosados e meu desejo.
Até me perder num grito mudo, com as unhas arranhando o vidro e a água levar minhas lágrimas embora.
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